O Projeto

Entrevista com Feu

Francisco Alexandre Feu Rosa é autor do projeto Botanique 211. Seu trabalho busca o apuro da arquitetura, primando pelo design inovador e pela qualidade espacial.

A varanda, que em princípio é um elemento simples, foi pensada para criar uma identidade forte. Por meio de um formato diferenciado – uma quina –, sua intenção é se insinuar, se referir ao Cristo Redentor.

Feu perfil

Como são constituídas as unidades?

Os apartamentos são muito confortáveis. Têm quatro e três suítes, uma boa sala, varanda e infraestrutura de acordo com as necessidades da vida moderna. Uma grande virtude é que o edifício em si está bastante afastado da Rua Jardim Botânico, via movimentada por dar acesso a diversos pontos da cidade. Esse afastamento garante aos moradores mais privacidade e melhor isolamento acústico, destacando o Botanique 211 dos demais prédios do entorno.

A casa será aberta a todos ou apenas aos moradores do condomínio?

A metade frontal, para o lado do Jardim Botânico, será um espaço comercial. Já a parte de trás, será de uso privado. Isso vai ser muito bem separado. No térreo da casa haverá uma área fitness, sauna, repouso, sala de massagem, brinquedoteca, piscina adulto e infantil. E no primeiro pavimento, um salão gourmet.

O que torna este projeto arquitetônico especial?

Ele é diferenciado desde o seu nascimento. Restaurar um bem público centenário é uma grande responsabilidade. É uma maneira de expressar o amor pela cidade. Há muitos imóveis tombados no Brasil, mas nós precisamos fazer com que eles sejam preservados. E isso se dá no momento em que existe uma ocupação perene. Tudo precisa ser pensado e dividido com os órgãos municipais de patrimônio. Ou seja, é um projeto de longa maturação, que exige cuidado no que será feito em sua área, na restauração e transformação de seu uso. Quando uma empresa séria se propõe a isso, dá certo. E a Calçada tem esse amor e carinho pelo Rio. Inclusive, já restaurou um patrimônio na Tijuca e outro na Cinelândia. É um privilégio fazer esse projeto!

Quais as principais características do empreendimento?

O desenho do edifício se deu de maneira serena e consciente, em harmonia com o bairro. A arquitetura precisava ser delicada, para não se sobrepor ao bem tombado, mas, ao mesmo tempo, ter personalidade. A varanda, que em princípio é um elemento simples, foi pensada para criar uma identidade forte. Por meio de um formato diferenciado – uma quina –, sua intenção é se insinuar, se referir ao Cristo Redentor. Com sutileza, essa ideia marca o prédio. Há brises – elemento arquitetônico que serve como anteparo para a incidência direta do sol – que resguardam a intimidade daqueles que morarão nos primeiros pavimentos. Conforme o edifício for ganhando altura, essa vista se descortinará para o Cristo Redentor. E são apenas 24 famílias.

Como o projeto revitaliza o bairro e o integra ao patrimônio tombado?

O imóvel estava em um estado de deterioração avançado e atrás de um muro de quase três metros de altura. Uma casa tombada escondida não faz sentido. Nós a descortinamos por meio do escalonamento desse muro, que vai descendo e fazendo decks sucessivos. Assim, as pessoas podem desfrutá-la e vê-la desde a rua.

O que as pessoas podem esperar viver no Botanique 211?

Criar os filhos para que entendam a importância de se preservar o nosso patrimônio, em um imóvel que possibilita imaginar o Rio de cem anos atrás de forma concreta, que nos mostra de onde viemos e abre caminhos para aonde vamos é um privilégio. E com a nossa intensa vida moderna, estar a 600m da Lagoa Rodrigo de Freitas – podendo acordar, fazer exercícios e se energizar para ir ao trabalho ou à escola –, a 400m de um polo gastronômico, próximo a dois parques importantes e ter acesso fácil e rápido a qualquer parte da cidade é sensacional. O Jardim Botânico é o coração do Rio!

Topo